Esportes

Ednaldo alega acordo com presidente do Fluminense e irrita Diniz em demissão na CBF

Em conversa na tarde desta sexta, presidente da CBF lembrou compromisso de “devolver” treinador ao Fluminense. Diniz questionou dirigente sobre trabalho na Seleção

“O trabalho está iniciando”. A frase – em reunião com dirigentes de federações – foi do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, no dia 29 de novembro. Precisamente oito dias antes de ser destituído da entidade por decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Pouco mais de um mês depois, de volta ao cargo após liminar de Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal, Ednaldo decidiu demitir Fernando Diniz, em decisão confirmada pela CBF em nota nesta sexta (leia ao fim desta reportagem). A ligação ao treinador do Fluminense e agora ex-técnico da Seleção foi nesta tarde de sexta-feira e deixou Diniz irritado, muito incomodado.

Depois das últimas partidas das eliminatórias no fim do ano passado – com derrotas para Colômbia (2 a 1) e Argentina (1 a 0) -, Diniz conversou com Ednaldo e fez espécie de prestação de contas, como costumava fazer na Seleção. Sem ouvir qualquer sinal de insatisfação.

Na quinta-feira, pouco depois de Ednaldo voltar à CBF, as primeiras notícias da saída de Diniz, publicadas pelo ge, já incomodaram o treinador.

No papo por telefone nesta sexta, Ednaldo alegou a Diniz que tinha o compromisso com Mário Bittencourt de não retirá-lo do Fluminense e acrescentou que, sem Carlo Ancelotti, precisava de uma solução definitiva.

O técnico questionou se ele não estava gostando do trabalho, se o “problema” era o compromisso com Mário e se, portanto, estava sendo demitido. Ednaldo não respondeu diretamente. Elogiou Fernando Diniz, disse que ele foi necessário para fazer “rupturas” de ciclo, iniciou renovação, mas precisava, de fato, da tal solução definitiva – que hoje atende pelo nome de Dorival Júnior, técnico do São Paulo.

Nos bastidores da CBF, há também a versão de que Ednaldo cobrava solidariedade do treinador no momento de sua destituição. Diniz fez contatos amistosos com o dirigente no período do afastamento dele da entidade – como, por exemplo, em mensagem de Natal.

O treinador comandou a Seleção em seus jogos – com duas vitórias, três derrotas e um empate. Ele ainda está de férias e só retorna ao Fluminense no fim de janeiro.

Os integrantes de sua comissão técnica, que se dividia entre Fluminense e Seleção, tampouco tinham qualquer informação de sua saída. Diniz trabalhou o tempo todo sem interlocução de diretor de futebol e lidava muito mais com Claudia Faria, antiga funcionária do departamento de futebol, e com Ednaldo durante as convocações.

O presidente da CBF busca acordo com Dorival Júnior. Com pressa, ele pretende encontrar o treinador na próxima segunda-feira para avançar na contratação.

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