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Presidente da Federação Paulista acusa Helder Barbalho de usar cargo para interferir na eleição da CBF

Em gravação, Reinaldo Carneiro Bastos diz que governador do Pará pressiona e ameaça dirigentes

Conforme publicado na Coluna Painel da Folha de SP__Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol e candidato a presidente da CBF desde a saída de Ednaldo Rodrigues, destituído do cargo em 7 de dezembro por decisão judicial, disse a representantes de clubes que Helder Barbalho (MDB), governador do Pará, está usando a máquina do estado para interferir na disputa pelo comando da entidade máxima do futebol brasileiro.

Em gravação de reunião obtida pelo Painel, Bastos afirma que Helder estaria pressionando e ameaçando presidentes de clube e de federação do estado para que não o apoiem. O presidente da FPF diz que o governador do Pará é próximo de Fernando Sarney, filho do ex-governador do Maranhão e atual vice-presidente da CBF, indicando que Helder estaria atuando em favor dele.

Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, tem atuado para que Fernando Sarney seja o novo presidente da CBF.

“O Paysandu, o Maurício [Ettinger, presidente do clube] é paulista, conhece o trabalho de São Paulo, está encolhido, porque o governador do Pará, a mesma coisa que ele fez com o Ricardo [Gluck Paul, presidente da Federação Paraense de Futebol] —que aliás estava com a gente também, eram 10 [apoios à candidatura] com o Pará—, está fazendo uma pressão enorme nele”, disse Bastos em reunião com representantes de clubes da Liga Forte União na terça-feira (26).

Ele ainda diz que Barbalho e Sarney “são muito amigos”.

“O que ele fez com o Ricardo [Gluck Paul] na federação do Pará é uma tristeza enorme, de grosseria, não tem mais R$1 para a federação, parece que a esposa dele tem um cargo público interessante, uma profissional competente. Ameaçou e, em resumo, ele não resistiu”, completou.

Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF, durante o Grande Prêmio São Paulo de F1

Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF, durante o Grande Prêmio São

Quem ocupa cargo público relevante sob influência mais direta do governador é, na verdade, a irmã de Ricardo, Ana Carolina Gluck Paul, procuradora-geral adjunta do Pará. Luciana Gluck Paul, advogada e esposa de Ricardo, é professora da Universidade Federal do Pará e vice-presidente da OAB do Pará.

A inscrição de candidatura para a presidência da CBF requer o apoio declarado de pelo menos cinco clubes e pelo menos oito federações estaduais. Bastos tem buscado essas alianças.

A sucessão na entidade tem sido objeto de pressões de diversos setores da política. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, tenta emplacar Gustavo Feijó, seu aliado e ex-presidente da Federação Alagoana de Futebol, no comando da CBF.

Em nota, o governador Helder Barbalho nega “qualquer tipo de participação em conversas ou candidaturas aos cargos da CBF”.

Procurado, Bastos não quis se manifestar.

A coluna procurou Gluck Paul por telefone e por mensagens de celular. Por telefonema, ele disse que estava fora do país e que a ligação estava ruim. Ele não respondeu às mensagens sobre o tema.

De igual modo,não conseguiu contato com Mauricio Ettinger, presidente do Paysandu.

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