Preço das carnes fecha 2023 com maior queda da série histórica do IPCA-15
O alívio dos preços das carnes em 2023 devolve uma parte da disparada registrada nos últimos anos nos açougues
Os preços das carnes no Brasil registraram queda de 9,26% no acumulado até dezembro de 2023 no IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15).
É a maior deflação (baixa) para um ano fechado desde o início da série histórica do IPCA-15, em 2000. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O alívio dos preços das carnes em 2023 devolve uma parte da disparada registrada nos últimos anos nos açougues e supermercados.
Conforme o IPCA-15, o item havia acumulado altas de 25,69% em 2019, de 22,9% em 2020, de 9,98% em 2021 e de 2,45% em 2022.
Ao longo de 2023, analistas associaram a redução dos preços principalmente ao aumento da oferta de carnes no Brasil. Com mais produtos no mercado, em razão do chamado ciclo da pecuária, os valores cobrados tendem a apresentar trégua.
A baixa de parte dos custos produtivos, após o aumento com a pandemia e a Guerra da Ucrânia, também teria contribuído para a situação.
No IPCA-15, a variação dos preços das carnes é calculada a partir de 18 cortes -a maioria de gado. No acumulado de 2023, 17 apresentaram queda.
A maior redução foi a do fígado (-18,29%). Peito (-13,75%), pá (-13,37%), costela (-12,41%) e filé-mignon (-12,13%) vieram na sequência. A única alta foi a da carne de carneiro (0,78%).
Apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usaram a redução dos preços de alimentos como as carnes como forma de propaganda do governo em 2023.
Com as eleições do ano passado, esse tipo de consumo virou tema de disputa política no país. Candidato à época, Lula chegou a dizer que o brasileiro deveria voltar a fazer churrasco e comer picanha.
O corte costuma ser um dos mais caros nos supermercados. Em 2023, a picanha acumulou baixa de 9,49% no IPCA-15.
No recorte mensal, as carnes registraram alta de 0,65% em dezembro, conforme o índice do IBGE. Trata-se do segundo avanço consecutivo nessa base de comparação, após elevação de 1,42% em novembro.
Com informações do jornal O Tempo de BH