Política

Governo faz monitoramento diário antes do 8 de janeiro: ‘Não há informação de qualquer ato mais agressivo’, diz Cappelli

Secretário do Ministério da Justiça falou dos preparativos para a data e afirmou, em referência a Anderson Torres, que ‘não tem mais um secretário de Segurança Pública do DF ligado diretamente com o golpismo’

O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Capelli, afirmou nesta terça-feira que o governo organiza uma operação de segurança com monitoramento diário para investigar a eventual chegada de manifestantes anti-democráticos para o 8 de janeiro. O número dois da pasta disse, porém, que não há nenhuma informação concreta sobre “atos agressivos”.

— Manifestações políticas são bem-vindas e fazem bem à democracia, mas por precaução nós já estamos preparando uma operação de segurança exemplar, porque vamos ter os presidentes dos Três Poderes constituídos e governadores — afirmou Cappelli em entrevista à Globo News, referindo-se à solenidade prevista para a data.

O evento em Brasília vai marcar o período de um ano dos ataques golpistas de 8 de janeiro, quando extremistas depredaram o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional. O STF já condenou 25 pessoas por participação nos atos, com penas que variam até 17 anos.

Segundo Cappelli, o objetivo da cerimônia deste ano é de celebração democrática, “para festejar o fortalecimento da democracia brasileira após aqueles atos inaceitáveis”. A data terá um sistema de “monitoramento compartilhado” e contará com a presença dos presidentes dos Três Poderes e de governadores.

— O monitoramento é diário e compartilhado, com PF (Polícia Federal), Secretaria Nacional de Justiça, PRF (Polícia Rodoviária Federal) e ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). A mudança é que hoje nós temos um secretário (de Segurança Pública do Distrito Federal) que é delegado respeitado e que trabalha em absoluta cooperação. Não temos mais um secretário de Segurança Pública do DF ligado diretamente com o golpismo — declarou Cappelli, lembrando as acusações contra Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro que passou cerca de quatro meses atrás das grades por suspeita de conivência com os ataques.

O secretário do Ministério da Justiça também minimizou a ausência do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, na solenidade prevista para o próximo 8 de janeiro. O chefe do Executivo distrital — que chegou a ser afastado do cargo após a depredação na capital — estará em Miami, nos Estados Unidos, e por isso não comparecerá ao evento.

— Vejo com naturalidade, já que é o período em que os servidores estão de férias — pontuou Cappelli.

Cotado para assumir a pasta da Justiça após a saída do ministro Flávio Dino, que assume uma das cadeiras do STF no dia 22 de fevereiro, Cappelli afirmou que continua trabalhando normalmente e que Lula “sabe tomar as decisões no momento que achar mais adequado”.

— Recebemos uma missão do presidente Lula de auxiliar a estabilização da democracia no Brasil e enfrentar a questão da segurança pública. Com a aprovação da ida de Dino para o STF, surgem especulações, mas o trabalho não para — disse.

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