Nas Entrelinhas

COP28 começa sob alta pressão e baixa expectativa

Onda de calor extremo registrada em 2023 aumenta cobrança por mais ações de governos contra emissão de CO₂, mas presidência da conferência da ONU sobre o clima é de país produtor de petróleo

A conferência do clima deste ano, a COP28, começa nesta quarta-feira em Dubai com líderes mundiais enfrentando mais pressão por ações contra a mudança climática, num ano que deve fechar como o mais quente da História. Especialistas estão, porém, cautelosos em antecipar que governos vão reagir à altura das demandas. O motivo do ceticismo é que o país-sede do encontro, os Emirados Árabes Unidos (EAU), tem interesse em postergar o item mais urgente da agenda do clima, que é o de estabelecer de meta para zerar as emissões de CO₂ por queima de combustíveis fósseis.

O secretário-geral da ONU, o português António Guterres, mandou uma mensagem dura, dizendo ainda haver tempo para evitar o pior.

— Mas isso requer extirpar a raiz envenenada da crise climática: os combustíveis fósseis — disse.

O presidente da COP28, Sultan al-Jaber, trabalha sob o conflito de interesse de presidir também a Adnoc, companhia estatal de petróleo dos EAU, e não dá sinais claros de que busque essa guinada. Pelo contrário, há muitos lobistas do setor fóssil inscritos para defender interesses corporativos no encontro.

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