Com indicações de Helder, família Barbalho chega a 20 integrantes em cargos no Pará
De janeiro para cá, quando tomou posse, o governador nomeou um primo para o TJ e mulher foi eleita para o Tribunal de Contas do Estado; somados, os Barbalho recebem quase R$ 500 mil por mês
Reportagem do Estadão mostra que a família do governador do Pará, Helder Barbalho, ocupa 20 cargos no governo do estado em vagas estratégicas ao custo de quase meio milhão de reais por mês em salários.
Os familiares e cônjuges foram nomeados ao longo das últimas décadas e têm se mantido nos cargos até hoje. Desde janeiro, quando Helder assumiu o segundo mandato, dois familiares ganharam postos importantes no estado.
Em março, a própria primeira-dama do Pará, a advogada Daniela Lima Barbalho, foi eleita conselheira do Tribunal de Contas do Estado. A esposa de Helder já atuou como advogada privada e membro do Ministério Público do Pará. Desde 2007, porém, passou a atuar na área social onde o governador possui cargos.
Na semana passada, o governador nomeou o primo Alex Pinheiro Centeno para um cargo no Tribunal de Justiça do Estado. O cálculo do Estadão dos quase meio milhão de reais mensais ainda não inclui essa nomeação.
O Tribunal de Contas dos Municípios do Pará concentra a maior parte dos familiares dos Barbalho, com seis cargos, incluindo o cônjuge de uma prima do governador.
Seguindo uma prática arraigada no Brasil, a família Barbalho domina política do Pará há décadas. O avô do governador, Laércio Barbalho, foi deputado estadual e diretor da Imprensa Oficial do Estado. O senador Jader Barbalho, pai de Helder, foi governador do Pará por dois mandatos. Ao longo dos anos, parentes dos lados da mãe e do pai de Helder Barbalho foram ocupando e se mantendo em cargos públicos nos quais recebem pelo menos R$ 486 mil em remunerações.
Helder Barbalho é aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O irmão dele, Jader Filho (MDB), é ministro das Cidades na atual gestão federal. O governador tem crescido nas bolsas de apostas para ser o candidato a vice da chapa petista nas eleições de 2026, como revelou a Coluna do Estadão. Um dos acenos do governo petista ao governador foi a escolha da capital Belém como sede da COP-30 e dos fóruns Diálogos Amazônicos e Cúpula Amazônica