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Tripulantes resgatados com vida após helicóptero sumir na Amazônia recebem atendimento médico em Macapá

Tenente-coronel Josilei Gonçalves de Freitas (piloto), Gabriel Silva Serra (mecânico) e José Francisco Pereira Vieira (engenheiro civil da Funai) foram resgatados após 4 dias desaparecidos em mata fechada

Tripulantes do helicóptero que desapareceu na Amazônia chegaram em aeroporto após resgate — Foto: Reprodução/Funai

Os três tripulantes de um helicóptero que desapareceu na última quarta-feira (16) após sair polo base Bona, na Aldeia Maritepu, na Amazônia, chegaram por volta das 15h20 deste sábado no Aeroporto Internacional de Macapá Alberto Alcolumbre. Todos os 3 recebem atendimento no Hospital de Emergência (HE) de Macapá e passam bem.

Os três tripulantes de um helicóptero desaparecido desde quarta (16) no Parque do Tumucumaque, norte do país, foram localizados com vida neste sábado (19).

A aeronave prestava serviços para a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) no Amapá e norte do Pará; seu último registro foi na região do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, que tem 3,8 milhões de hectares e abrange o norte do Pará e o oeste do Amapá.

No veículo estavam o engenheiro da Funai José Francisco Vieira; o comandante da aeronave, tenente-coronel Josilei Gonçalves de Freitas; e o mecânico Gabriel, conforme informação divulgada em nota pela Sesai (Secretaria de Saúde Indígena) e pela Funai.

A equipe fazia inspeção de pistas de pouso na região do parque, que chega à fronteira com Suriname e acompanha o limite da Terra Indígena Parque do Tumucumaque, conforme o decreto de criação da unidade de conservação. Na região vivem indígenas isolados e de quatro etnias –são 2.800 indígenas ao todo, segundo levantamento do ISA (Instituto Socioambiental).

Ainda de acordo com o governo do Amapá, os tripulantes estavam próximo ao Rio Iratapuru, a cerca de 70 quilômetros do município de Pedra Branca do Amapari, na região central do Amapá.

Os trabalhos de busca foram acompanhados pela Sesai (Secretaria de Saúde Indígena) do Ministério da Saúde e pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas).

O helicóptero pertence à empresa Sagres, contratada pelo DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) Amapá e norte do Pará, segundo os dois órgãos do governo federal.

SEM AUTORIZAÇÃO

O helicóptero que desapareceu em região de densa floresta amazônica não poderia servir ao comércio de serviços aéreos e transporte de passageiros. A informação foi confirmada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

O registro no sistema da Anac mostra que a aeronave de prefixo PR-BGF tem “operação negada para táxi aéreo” e que a categoria é para “serviço aéreo privado”.

A empresa Sagres Táxi Aéreo, sediada em Brasília, foi contratada pelo DSEI em fevereiro deste ano, por dispensa de licitação.

O valor do contrato, em vigor até o último dia 15, é de R$ 5,7 milhões. A contratação se deu em caráter emergencial, para atendimento em saúde indígena, com transporte de equipes médicas, cargas, pacientes indígenas e necessidades administrativas.

Conforme o portal da transparência, do governo federal, a Sagres já recebeu R$ 5,8 milhões da União.

A informação sobre o prefixo da aeronave desaparecida foi fornecida pela FAB.

“A situação de aeronavegabilidade do helicóptero de matrícula PR-BGF, no cadastro da ANAC, está regular”, disse a agência, em nota. “No entanto, cabe pontuar que a categoria da aeronave TPP, na qual está registrado, se aplica somente ao transporte aéreo privado, não podendo comercializar serviços aéreos, incluindo o transporte de passageiros.”

A Sesai investiga informações sobre “possível irregularidade” da aeronave e afirma que “não pactua com esse tipo de conduta”. “Caso isso se confirme, tomará as providências necessárias”, disse o Ministério da Saúde, em nota.

LEGENDA – Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, região onde helicóptero desapareceu – Luciano Candisani / WWF BRASIL

LEGENDA HELICOPTERO – Helicóptero que sumiu na Amazônia — Foto: Marcos Vinicyus/JetPhotos

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