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A crueldade no assassinato de Débora da Silva Alves: a polícia diz que o bebê da grávida foi retirado com faca, colocado em saco e jogado em rio

Ana Júlia Azevedo Ribeiro, conhecida como “Vivi”, foi presa pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), nesta quinta-feira (11), por suspeita de participação no assassinato de Débora da Silva Alves, que tinha 18 anos. A jovem estava grávida. Segundo a polícia, Ana Julia é companheira do vigilante Gil Romero Machado Batista, de 41 anos, principal suspeito do crime

Gil Romero é apontado como mentor e autor do assassinato de Débora. Segundo a família da vítima, a jovem estava grávida dele, mas o suspeito não queria assumir o bebê – Foto:Reprodução

A Polícia Civil do Amazonas informou ontem que o bebê de Débora da Silva Alves, a jovem de 18 anos assassinada em Manaus, foi retirado da barriga dela com uma faca de cozinha, colocado em um saco e jogado no rio.

Estão presos Gil Romero Machado Batista, de 41 anos, pai do bebê e principal suspeito do assassinato; Ana Júlia Azevedo Ribeiro, de 29 nos, mulher do suspeito; e José Nilson, colega de trabalho de Gil Romero.

Gil Romero é apontado como mentor e autor do assassinato de Débora. Segundo a família da vítima, a jovem estava grávida dele, mas o suspeito não queria assumir o bebê. Ele alega que é casado com Ana Júlia.

Nesta quinta-feira (10), de acordo com o Delegado Geral da Polícia Civil, Bruno Fraga, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS),o vigilante Gil Romero em uma nova versão confessou, em depoimento, que usou uma faca de cozinha para retirar a criança da barriga da vítima.

Em seguida, conforme o depoimento, ele colocou o corpo do bebê dentro de um saco, com pedaços de ferro e foi até o Porto da Ceasa, em Manaus. De lá, pegou uma embarcação e jogou o saco dentro do rio.

Débora da Silva Alves, de 18 anos, estava grávida de oito meses, e foi encontrada morta na manhã do dia 3 de agosto, em uma área de mata localizada no Mauazinho, Zona Leste de Manaus.

A mulher foi queimada e teve os pés cortados. A jovem também tinha um pano no pescoço o que, segundo a polícia, indica que ela foi asfixiada.

De acordo com o delegado Ricardo Cunha, a vítima desapareceu no dia 29 de julho deste ano, quando saiu de casa para encontrar o suspeito, que lhe entregaria dinheiro para comprar o berço da criança.

O corpo dela foi encontrado no dia 3 de agosto, depois que a polícia prendeu José Nilson, suspeito de participação no crime. O homem era colega de trabalho de Gil Romero.

Após as investigações apontarem a participação de Gil Romero, o homem foi considerado foragido. As polícias Civil do Amazonas e Pará identificaram que ele estava escondido, no Pará, e montaram uma operação.

O suspeito foi preso na noite de terça-feira (8), em Curuá, no Pará. Na tarde de quarta-feira (9), o suspeito foi transferido para Manaus, e prestou depoimento, pela primeira vez, sobre o crime.

Inicialmente, Gil Romero disse que o bebê foi queimado junto com a mãe, ainda na barriga. No segundo depoimento, ele disse que retirou a criança da barriga da mãe, já morta, e jogou o corpo no rio.

A delegada Deborah Barreiros, adjunta da DEHS, explicou que Gil Romero era proprietário de um bar e, também, trabalhava como vigilante em uma usina. No estabelecimento comercial, José Nilson trabalhava como gerente, motivo pelo qual teria proximidade com Gil Romero.

“Além disso, os dois atuavam furtando os fios da fábrica”, afirmou a delegada.

Em depoimento, José Nilson negou participação direta no assassinato, e disse ter sido coagido a ocultar o corpo de Débora.

“No dia do crime, enquanto Gil Romero foi se encontrar com Débora, José Nilson foi para a usina subtrair os materiais. Pouco tempo depois, segundo José Nilton conta em depoimento, Gil Romero apareceu com o corpo da jovem, sem vida e com sinais de asfixia”, disse, após ouvir José Nilson.

Ainda de acordo com a delegada, os dois colocaram o corpo de Débora em um tonel e o queimaram. Depois, os restos mortais foram jogados em uma área de mata.

O depoimento de Gil Romero à polícia contradiz a versão dada pelo comparsa. Ao ser ouvido pela polícia, após ser transferido para Manaus, ele disse que pagou R$ 500 para uma dupla dar um “corretivo” na vítima.

De acordo com o depoimento, ele levou a vítima para a usina onde ele trabalhava como vigilante, para conversarem sobre a gravidez da jovem.

“No local, ele a deixou sob os cuidados de José Nilson, que já está preso e de outra pessoa, que ainda não identificamos. Enquanto ele estava lá com a jovem, com a chegada de um inspetor na usina, ele precisou esconder a jovem junto com o José Nilson e essa terceira pessoa dentro de um galpão e saiu para fazer seu trabalho que era acompanhar esse inspetor”, contou a delegada Deborah Barreiros.

A delegada informou ainda que Gil Romero conta que foi ao galpão cerca de três horas depois, após terminar de acompanhar o inspetor e, no local, encontrou a jovem já sem vida. O suspeito diz ainda que a morte teria sido cometida por José Nilson e pelo homem ainda não identificado.

“Ele diz que se desesperou. Disse para que dessem um jeito na situação porque no dizer dele, a ordem que ele tinha dado para o José Nilson era para que eles dessem um ‘corretivo’ nessa jovem, para que ela parasse de dizer que estava grávida dele, porque ele era um homem casado. Disse ainda que pagou por esse ‘corretivo’ a quantia de R$ 500”, informou a delegada sobre o depoimento de Gil Romero.

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