Discriminação contra pessoas com base em estereótipos associados à idade limita autonomia e exclui idosos do consumo
Antropóloga Mirian Goldenberg diz que etarismo econômico reduz a autonomia dos mais velhos e acaba levando a uma espécie de morte simbólica deles
A antropóloga Mirian Goldenberg, que pesquisa as questões dos idosos há décadas, diz que a discriminação por causa da idade no consumo reduz a autonomia dessas pessoas e acaba levando a uma espécie de morte simbólica dos mais velhos, que temem perder o poder de decisão.
Para ela, há um paradoxo: ao mesmo tempo em que nunca esteve tão atento ao consumo dos mais velhos, o mercado não quer correr risco
Qual o impacto do etarismo econômico sobre idosos?
São pessoas lúcidas, saudáveis, vivendo a vida com total saúde física e mental. Não há nada que as impeça de tomar decisão. É uma espécie de roubo, de falta de respeito, de morte simbólica. Eles deixam de querer viver, apesar de ser a faixa etária que mais quer viver. Cada dia para eles conta.
Vejo como os filhos não respeitam a autonomia dos mais velhos. Pesquiso o tema há 30 anos. Converso com pessoas de 60, 70, 90 anos, que são completamente capazes de tomar suas decisões financeiras, de saúde. São plenas, e os filhos, até com a intenção de proteger, roubam a autonomia dos mais velhos.
Para ler a entrevista de Mirian Goldenberg ao GLOBO acesse o site https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2023/07/30/o-mercado-quer-que-o-idoso-consuma-mas-nao-correr-risco-diz-mirian-goldenberg.ghtml