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Tenente-coronel do Exército avisava sobre uma operação na região de São Gabriel da Cachoeira.

Durante a investigação, houve quebra de sigilo telefônico do militar. O militar é suspeito de avisar garimpeiros sobre operações da Polícia Federal no Amazonas

Áudio de Abimael Alves Pinto divulgado pela Polícia Federal – Foto:Reprodução Rede Globo

O tenente-coronel do exército Abimael Alves Pinto é investigado pela Polícia Federal suspeito de avisar garimpeiros sobre operações no interior do Amazonas. A informação obtida pela PF durante a Operação Jurupari realizada em Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Ponta Grossa (PR).

Durante a investigação, houve quebra de sigilo telefônico. Em mensagem de áudio, o tenente coronel avisa sobre uma operação na região de São Gabriel da Cachoeira, na fronteira com a Venezuela e a Colômbia.  [Acabei de falar aqui com o meu camarada e a missão da segunda brigada, que é do pessoal de São Gabriel da Cachoeira, realmente está subindo o rio naquela direção. Seria bom ele sair de lá por enquanto, cerca de dois, três dias, três dias ele deve estar passando naquela posição, tá bom?] Neste outro trecho, fala da dinâmica da atuação dos agentes. [Ele tem dois dias e meio para sair de lá, tá? De noite a gente não opera. Então, fala para ele aí que ele tem até quarta-feira aí para sair. E aí quando ele puder voltar eu aviso.]  

. A investigação começou em 2020, a partir da prisão em flagrante de um suspeito em Rondônia, que transportava 60 gramas de ouro, avaliado em 18 mil e 600 reais, sem qualquer documentação de origem lícita. Ao apreenderem os celulares dos suspeitos, a polícia encontrou indícios de uma extensa rede de exploração ilegal de garimpo na região de Japurá, no Amazonas.

Dias depois, após ter sido solto em uma audiência de custódia, um dos suspeitos foi morto em frente a sua loja de revenda de carros, em Curitiba, no Paraná. Segundo a Polícia Federal, ainda não se sabe exatamente por quanto tempo o Tenente Coronel Abimael Alves Pinto recebeu propina pelas informações. De acordo com a PF, ele começou recebendo em torno de 20 mil reais por mês. No comprovante de recebimento, o valor chega a 100 mil reais. O dinheiro era repassado à empresa da mulher do militar, que respondia pela organização, segundo a Polícia Federal.       

Conforme as investigações da PF, o militar era lotado em Manaus e recebia uma mesada dos garimpeiros que atuam em Japurá, no interior do estado, para repassar informações sobre as operações policiais na área.

Devido um inquérito policial e para inibir a ação, o tenente-coronel foi transferido da capital amazonense para Ponta-Grossa, no interior do Paraná. No entanto, o militar continuava repassando informações sobre as operações para os líderes do garimpo ilegal da região.

Além dele, outros militares são investigados por participação no crime.

O militar serviu em Manaus de janeiro de 2020 a julho de 2021 e chegou a ocupar o cargo de subcomandante do batalhão de selva do exército. O oficial foi transferido para Ponta Grossa, no Paraná, e continuou a vender informações.

A operação afirma que pelo menos três trabalhos da Polícia Federal foram prejudicados por causa do vazamento de informações.

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