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Mais de dois milhões de hectares de mata nativa foram destruídas na Amazônia em 2022

O desmatamento cresceu 22% e a área devastada é a maior dos últimos quatro anos, aponta relatório do MapBiomas

O desmatamento também cresceu muito ao longo das estradas BR-319 (Manaus-Porto Velho) e BR-163 (que liga o Rio Grande do Sul ao Pará). – Imagem::AC24hs/Amacro)

O desmatamento no Brasil cresceu 22,3% no ano passado em relação a 2021, superando 2 milhões de hectares destruídos em apenas 12 meses. Isso significa dizer que, em 2022, 21 árvores foram derrubadas a cada segundo somente na Amazônia.

Os dados estão no mais recente Relatório Anual de Desmatamento (RAD2022), divulgado nesta segunda-feira, 12, pelo MapBiomas, iniciativa do Observatório do Clima conduzida por uma rede de universidades, ONGs e empresas de tecnologia. Quilombos e terras indígenas seguem sendo as áreas mais bem preservadas do Brasil.

O primeiro RAD foi divulgado em 2019. Nesses quatro anos foram reportados mais de 300 mil eventos de desmatamento, totalizando 6,6 milhões de hectares destruídos, o equivalente a uma vez e meia a área de todo o Estado do Rio de Janeiro. No último relatório, referente aos eventos do ano passado, foram registrados 76.193 alertas de desmatamento em todos os biomas. A área devastada no ano passado é a maior desde que o levantamento começou a ser feito.

O material revela que 90,1% de toda a área desmatada no ano passado no Brasil está concentrada em apenas dois biomas: Amazônia e Cerrado. Com exceção da Mata Atlântica, foram registrados aumentos no desmatamento todos os demais biomas.

“O desmatamento cresceu em todos os biomas, menos na Mata Atlântica, onde permanece estável”, resumiu o coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo. “O tamanho das áreas desmatadas também está maior, em média, do que era nos anos anteriores, indicando um investimento maior no desmatamento. Pode ser também um indicativo de que se esperava uma impunidade maior, porque quanto maior a área, mais fácil de enxergá-la. O desmatamento também cresceu muito ao longo das estradas BR-319 (Manaus-Porto Velho) e BR-163 (que liga o Rio Grande do Sul ao Pará).”

Comunidades remanescentes de quilombos e terras indígenas permanecem como os territórios mais preservados do Brasil. Desmatamentos nestas terras representam 1,4% da área total desmatada no Brasil em 2022.

O principal vetor do desmatamento no País segue sendo a agropecuária, que respondeu por 1,9 milhão de hectares, 95,7% de toda a área desmatada no ano passado. Para efeito de comparação, o garimpo foi responsável pelo desmatamento de 5.965 hectares.

A matéria está publicada na edição de hojedo jornal Estadão podendo ser acessada pelo link abaixo:

https://www.estadao.com.br/sustentabilidade/desmatamento-cresce-22-em-2022-e-area-devastada-e-a-maior-dos-ultimos-quatro-anos-aponta-relatorio/

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