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Bolsonaro tem julgamento no TSE com maioria dos ministros pouco simpática ao ex-presidente

Os magistrados decidirão se ele deve ficar inelegível por convocar uma reunião com embaixadores estrangeiros, meses antes das eleições, para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro sem apresentar provas nesse sentido

Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes vão se encontrar no julgamento de açao no Tribunal Superior Eleitoral – ( Crédito: Marcos Corrêa/PR )

Jair Bolsonaro (PL) será julgado nesta quinta-feira (22) por uma composição do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob forte influência do presidente da Corte Alexandre de Moares.

O que está em julgamento é o fato de Bolsonaro ter convocado uma reunião com embaixadores estrangeiros, meses antes das eleições, para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro sem apresentar provas nesse sentido.

Nos bastidores, a avaliação de ministros e advogados é que as duas últimas trocas no tribunal, que contaram com influência do ministro Alexandre de Moraes, tornaram o cenário ainda mais desfavorável a Bolsonaro.

O Tribunal Superior Eleitoral é composto por sete ministros e seu  presidente é Alexandre de Moraes, que conduz os inquéritos contra Bolsonaro no STF (Supremo Tribunal Federal) e se tornou o principal atormentador do bolsonarismo no Judiciário.

A vice-presidente do tribunal eleitoral, Cármen Lúcia, também já deu demonstrações públicas de contrariedade às ideias defendidas pelo ex-chefe do Executivo. Na eleição do ano passado, Bolsonaro chegou a acusá-la de trabalhar para derrotá-lo nas eleições e eleger o presidente Lula (PT).

O terceiro integrante do Supremo que compõe o TSE representa a maior esperança de Bolsonaro de evitar uma derrota jurídica que o proíba de disputar eleições nos próximos oito anos.

Trata-se de Kassio Nunes Marques, indicado para o STF pelo ex-presidente e que costuma se alinhar às pautas bolsonaristas em julgamentos importantes.

Além dos três, a corte é composta por outros dois ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Um deles é o relator do processo, Benedito Gonçalves, que mantém uma relação de proximidade com Lula e outros membros do PT. Ele trabalha nos bastidores para ser indicado a uma vaga no STF.

Raul Araújo também é oriundo do segundo tribunal mais importante do país. Ele é apontado nos bastidores como outro nome com maior probabilidade de ir contra a declaração de inelegibilidade de Bolsonaro.

Apesar de ter sido indicado ao STJ por Lula em 2010, Araújo tem um perfil mais conservador e, em conversas reservadas, costuma dizer que não vê no ex-presidente uma ameaça à democracia, como costumam afirmar outros magistrados.

No pleito de 2022, envolveu-se em uma polêmica ao acolher ação movida pelo PL para proibir manifestações políticas no festival de música Lollapalooza.

Logo depois, diante das críticas, ele revogou a própria decisão. No pleito do ano passado, também determinou a remoção da internet de vídeos em que Lula chamava Bolsonaro de “genocida”.

Os outros dois ministros que completam a corte têm origem na advocacia. A nomeação de Floriano Marques e de André Tavares no final de maio foi considerada, nos bastidores, um fator importante para a redução das chances de Bolsonaro de obter uma vitória no julgamento.

Alexandre de Moraes foi o grande fiador das duas indicações feitas por Lula e é pouco provável que ambos deem votos divergentes em relação ao integrante do Supremo.

Os dois assumiram os assentos que eram ocupados por Carlos Horbach e Sergio Banhos.

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