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O Amazonas, com sua caldeirada de tambaqui, não estava lá!

Feira do MST reúne 1,200 expositores de quase todo o Brasil. Apenas Amazonas, Acre e Amapá não estão representados

Na feira do MST em SP, as velhas cocheiras de touros premiados foram tomadas por cerca de 1,200 expositores de quase todo o Brasil. Apenas Amazonas, Acre e Amapá não estão representados.

Marcos Nogueira, repórter da Folha, relata numa matéria bem-humorada, que na arena, feita para hospedar apresentações equestres, foi montada uma tenda gigante que abriga restaurantes típicos dos estados expositores, além do Distrito Federal. Comida de Roraima? Tem. De Sergipe? Opa, tá na mão.

A feira na Água Branca promove o encontro desse urbanoide com agricultores que foram mostrar uma face simpática do Movimento Sem Terra. Sem empalamento, com muita comida boa.

O movimento estima que 500 toneladas de comida foram colocadas à venda nas barracas e nos restaurantes.

Além de nomes espirituosos, os feirantes levaram alimentos raros ou inexistentes em São Paulo.

Dispostos em torno de uma área com mesas, qual praça de alimentação de shopping, os restaurantes regionais levaram cardápios sucintos e muito tradicionais.

O Rio Grande do Norte, por exemplo, vende um petisco chamado ginga com tapioca. Ginga vem a ser manjuba. Um espeto com vários peixinhos é assado para depois rechear a tapioca.

A operação catarinense apostou no entrevero, pinhão cozido com carnes de boi, porco e frango. O Pará prepara maniçoba-pertences de feijoada com folha de mandioca, que precisa ser cozida por dias para deixar de ser tóxica.

Na barraca de Roraima, o visitante é apresentado à damurida, prato de origem indígena com peixe, tucupi, pimentas e farinha de mandioca. O Rio de Janeiro escalou os cozinheiros do quilombo da Gamboa, na zona portuária carioca, para preparar feijoada.

O Amazonas, não estava lá!

Logo o Amazonas, que poderia oferecer o fantástico tambaqui nas mais suas mais diversas traduções — assado na brasa, a caldeirada de tambaqui, sem deixar de apresentar o incontestável pirarucu de casaca com farinha do Uarani, do açaí de Anori e de quebra, servir aos paulistanos o tentador café manauara com o X-Caboquinho.

Os clichês da militância de esquerda estão por toda parte, da roupa dos frequentadores aos cartazes e cânticos revolucionários. Não é preciso se converter ao marxismo para aproveitar a feira: qualquer pessoa razoável, não hidrofóbica, consegue relevar e se divertir na Disneylândia camponesa.

A 4.ª Feira Nacional da Reforma Agrária, no parque Água Branca em SP, vai até hoje 14/05

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