Ministério Público do Trabalho vai investigar exploração de yanomamis na extração da piaçaba na região do Padauiri
O Ministério Público do Trabalho vai incluir a série de reportagens em procedimento já aberto como elemento de prova para a investigação e como base para novas diligências a serem feitas na região.com base em uma série de reportagens recentes publicadas pela Folha de S. Paulo.
Na reportagem de hoje, a Folha, diz que um primeiro passo será ouvir diferentes lideranças yanomamis que representam aldeias da terra indígena no lado do Amazonas, dentro do que prevê a convenção número 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho). O Brasil é signatário da convenção, que estabelece a necessidade de consulta a povos tradicionais, há 20 anos.
Além da investigação sobre as relações de trabalho na extração da piaçaba, o MPT vai incluir o assunto entre as pautas prioritárias do GT (grupo de trabalho) sobre povos indígenas.
As informações sobre as medidas a serem adotadas após a publicação das reportagens foram repassadas por Jorsinei Dourado do Nascimento, procurador regional do Trabalho no Amazonas e em Roraima e vice-coordenador nacional do GT Povos Indígenas do MPT.
O extrativismo de fibra de piaçaba permanece no médio rio Negro como importante atividade econômica para as famílias da cidade e das comunidades do interior. É um trabalho que os indígenas fazem há muito tempo. Para constar, em 1982, São Gabriel da Cachoeira, já fazia a extração do produto e seus compradores Antônio Alípio, Renato Brasil se utilizavam do mesmo modus operandi de hoje, comprando o produto e aviando mercadorias para os produtores de piaçaba. Toneladas do produto eram transportadas na balsa de Antônio Moraes para vender na praça de Manaus.
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