Estudo revela que fumaça de incêndios florestais na América do Sul mata 12 mil pessoas precocemente por ano
Dados recentes do Mapbiomas mostram que a Amazônia concentra 44,6% da área queimada e que 44% dessa área foi de vegetação nativa e 56% em áreas de pastagem.
Reportagem do jornal a Folha de São Paulo ,aponta que m novo estudo publicado na revista Environmental Research Health revela que a fumaça dos incêndios florestais na América do Sul foi responsável por cerca de 12 mil mortes prematuras a cada ano de 2014 a 2019 —55% dessas mortes ocorrem no Brasil.
Regiões no Peru, Bolívia e Brasil são focos específicos de exposição à fumaça, com taxas de mortalidade seis vezes maiores que a da população em geral.
No Brasil, dados recentes do Mapbiomas mostram que a Amazônia concentra 44,6% da área queimada no Brasil entre 1985 e 2022. Cerca de 44% dessa área queimada na Amazônia foi de vegetação nativa e 56% em áreas de pastagem. Queimadas recorrentes também são comuns. Na Amazônia, a área queimada de duas a quatro vezes correspondeu a 47% do bioma e 21% queimaram cinco ou mais vezes no período.
Territórios indígenas respondem por relativamente poucos incêndios na bacia amazônica. A demarcação oficial de terras indígenas é um fator determinante para preservação da floresta e, portanto, contribui para a manutenção da biodiversidade e a regulação do clima.
Atividades ilegais de garimpo, entretanto, são uma ameaça à preservação ambiental e à saúde indígena. Dados do Mapbiomas mostram que de 2010 a 2021 a área ocupada pelo garimpo dentro terras indígenas cresceu 625%. Os territórios indígenas mais afetados são Kayapó e Munduruku, no Pará, e Yanomami, nos estados de Amazonas e Roraima. As consequências negativas do garimpo na saúde indígena foram expostas no início do ano com a crise humanitária no território Yanomami.
As mortes indígenas por exposição à fumaça de queimadas, por doenças infecciosas, desnutrição, violência e doenças crônicas e degenerativas resultantes da contaminação por mercúrio são prematuras e, portanto, evitáveis.
O artigo é de Marcia Castro, professora de demografia e chefe do Departamento de Saúde Global e População da Escola de Saúde Pública de Harvard e publicada na Folha de São Paulo
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