Manaus

Como o atendimento Educacional Domiciliar Hospitalar transforma a vida das pessoas

O projeto é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Educação desde 2018 e contempla alunos da educação especial

Os estudantes possuem de 4 a 17 anos e também há alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A ação é coordenada pelo Complexo Municipal de Educação Especial (CMEE) André Vidal de Araújo, no bairro Nossa Senhora das Graças, zona Centro-Sul – (Foto – Eliton Santos / Semed)

A Prefeitura de Manaus tem buscado promover a educação inclusiva para os estudantes que, mediante laudo médico, não podem comparecer, presencialmente, às unidades de ensino, onde estão matriculados. Como ação para integrar esse público, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) executa, desde 2018, o Projeto de Atendimento Educacional Domiciliar Hospitalar aos alunos da educação especial.

No total, a iniciativa beneficia 52 estudantes, regularmente matriculados na Semed. São 22 alunos atendidos em casa e 30 em hospitais. Neste caso, eles estão internados em duas unidades de saúde, o Hospital e Pronto-Socorro da Criança Joãozinho, na zona Leste; e a Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam).

Os estudantes possuem de 4 a 17 anos e também há alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A ação é coordenada pelo Complexo Municipal de Educação Especial (CMEE) André Vidal de Araújo, no bairro Nossa Senhora das Graças, zona Centro-Sul.

A equipe é composta por oito professores da rede municipal de ensino.

Para a diretora do CMEE André Vidal de Araújo, Rosana Hortêncio, essa ação tem a parceria entre família e escola, para que os beneficiados não fiquem sem a escolaridade.

“Com esse projeto, mantemos eles firmes no processo de aprendizado. Mesmo que eles estejam impossibilitados de frequentar a escola, por motivo de saúde. A gente disponibiliza esse serviço para que a criança, seja no ambiente domiciliar ou hospitalar, continue tendo assistência e a escolaridade de acordo com a série com que se encontra. Então, essa é a nossa verdadeira intenção, que mesmo com a condição de saúde fragilizada, alguns debilitados, possam ter esse atendimento”, detalhou a educadora. 

Pedagógico

O profissional da educação realiza o atendimento duas vezes por semana de segunda a quinta-feira, nos turnos matutino e vespertino. A sexta-feira é reservada para o planejamento, elaboração de atividades e confecção de materiais. O tempo de estudo é definido conforme o nível de desempenho e aproveitamento do estudante, bem como as condições de saúde física e mental.

Dois grupos são atendidos pelo projeto: alunos que possuem uma enfermidade prolongada ou saúde frágil; e alunos com deficiência, os quais também possuem a redução ou falta de capacidade de realizar determinada atividade, conforme explica a coordenadora dos projetos do CMEE André Vidal de Araújo, Sheila Sarquis.

Beneficiados

A estudante da 8° série, Yane Ribeiro, 16 anos, da escola municipal Aristophanes Bezerra de Castro, no Cidade de Deus, zona Norte, é uma das beneficiadas e teve a rotina transformada. Ela foi diagnosticada, ainda na infância, com um glioma, tipo comum de tumor que se origina no cérebro, por isso ela passou por 13 procedimentos cirúrgicos. Yane ficou três anos internada, de modo intercalado, sendo recomendada, mediante laudo médico, a não participar das aulas presenciais, para prevenir a saúde.

Devido a esse quadro clínico, as vidas de Yane Ribeiro e da família foram completamente alteradas. Idas e vindas constantes ao hospital, máxima atenção para evitar acidentes, uso de diversos medicamentos. Porém, a direção da escola onde ela estuda indicou esse projeto, desenvolvido pela Semed, e a família foi contemplada. Com isso, Yane renasceu para os estudos.

Parceira e amiga

As segundas e terças-feiras pela manhã, a professora e psicopedagoga clínica hospitalar e institucional, Elaine Pinheiro, realiza o atendimento domiciliar pedagógico na casa da estudante, também no bairro Cidade de Deus. A conexão entre a educadora, professora e família é impressionante. Exemplo disso, foi que a família organizou um espaço para o conforto da professora e da estudante, onde ambas possam interagir diretamente, para ocorrer a verdadeira imersão no ensino.

A professora Elaine Pinheiro acompanha a estudante desde 2019 e tornou-se uma amiga e parceira da Yane, ajudando, inclusive, no desenvolvimento da autoestima. A educadora explica que a principal função dela é tirar as dúvidas e aplicar os conteúdos elaborados pelos professores da turma regular.

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