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Prefeitura de Manaus não monitorava área onde ocorreu deslizamento porque a ocupação não existia até a metade de 2022

No entanto, a informação da prefeitura diverge das repassadas pelos moradores do local, que dizem que a comunidade existe há, pelo menos, cinco anos

Área fica localizada no Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus. — Foto: Patrick Marques/g1

A área onde ocorreu um deslizamento de terra, que matou 8 pessoas na noite desse domingo (12), em Manaus, não era monitorada pela prefeitura da capital para possíveis tragédias.

Segundo a prefeitura, o local era mapeado, mas não fazia parte das áreas de “risco 4”, ou seja, que tem o risco iminente de desabar e, por conta disso, recebem monitoramento constante pelos órgãos.

O deslizamento ocorreu na Comunidade Pingo D’água, no Jorge Teixeira, na Zona Leste da capital. Oito corpos foram retirados dos escombros, sendo quatro adultos e quatro crianças. Nove casas foram atingidas. As buscas por desaparecidos foram encerradas durante a manhã desta segunda (13).

Em toda Manaus, são 62 áreas de “risco 4”, mas a Comunidade Pingo D’água não estava entre elas.

A área, segundo a administração municipal, era considerada como de “risco 2”, ou seja, oferecia risco, mas não imediato e nem com grande impacto porque a ocupação não existia até a metade de 2022 quando foi feita a última visita da prefeitura.

No entanto, a informação da prefeitura diverge das repassadas pelos moradores do local, que dizem que a comunidade existe há, pelo menos, cinco anos.

Segundo o Prefeito de Manaus, David Almeida, no alto do barranco havia uma lixeira viciada que, com a quantidade de água, pode ter sido fundamental para que a terra cedesse(Foto:Clóvis Miranda / Semcom)

O caso

O deslizamento de terra ocorreu durante a noite de domingo (12), após a forte chuva que atingiu Manaus durante o dia.

Segundo o Prefeito de Manaus, David Almeida, no alto do barranco havia uma lixeira viciada que, com a quantidade de água, pode ter sido fundamental para que a terra cedesse.

De acordo com a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), quatro vítimas são de origem venezuelana e não foram identificadas oficialmente.

O Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) informou que vai usar toda a estrutura de identificação disponível e, também, vai solicitar o apoio da Polícia Federal (PF) para identificar as vítimas.

Desabrigados são levados para escola

Moradores que ficaram desabrigados após o deslizamento de terra serão alojados na Escola Municipal Helena Augusta Walcott, localizada na Avenida Itaúba, próximo ao local do deslizamento.

Com mais de 130 residências interditadas, só no bairro Jorge Teixeira, Comitê de Gestão de Crise, atua com uma força-tarefa com diversos órgãos, para garantir o apoio às famílias afetadas. E entre as ações, o auxílio-aluguel.

Foram 97,2 milímetros de chuva no domingo, número que colocou a cidade em estágio de atenção, resultando em 110 registros pela Central 199 da Defesa Civil.

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil reconheceu, na tarde desta segunda-feira, 13/3, a Situação de Emergência da capital amazonense. O prefeito David Almeida, já tem uma audiência marcada com o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira, 14, para tratar de soluções definitivas para ocorrências desse tipo.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, um decreto reconhecendo a situação de emergência na capital amazonense deve sair até esta terça (14).

Até esta segunda, oito pessoas foram reconhecidas pelos familiares. São eles:

Jucicleia Barbosa de Lima, de 31 anos, foi identificada pela mãe, a aposentada Maria das Graças. A filha da vítima também morreu no deslizamento.

Heloiza Barbosa, de 7 anos, é filha de Julcicleia. A criança também foi retirada dos escombros e identificada pela avó, Maria das Graças. Mãe e filha serão veladas em uma igreja no bairro Jorge Teixeira, próximo ao local do deslizamento.

Cleberson Nunes Barbosa, de 34 anos, foi identificado pela família durante a madrugada.

Caleb Mendes Nunes, de 7 anos, foi encontrado morto no local. A vítima é filho de Cleberson. Pai e filho serão velados na Igreja Missionária de Aliança e Milagre, no bairro Jorge Teixeira, também nas proximidades de onde ocorreu a tragédia.

Rosmig Yelena Salazar, 43 anos, de origem venezuelana, morreu ao tentar sair da casa com o filho e sobrinhos.

Ilan Frango Corales, 35 anos, imigrante venezuelano, sobrinho de Rosming, morreu enquanto saía de casa com o filho. Morava na residência ao lado da tia.

Israel Jonniel Frango, 7 anos, filho de Ilan e sobrinho de Rosming, morreu enquanto saía de casa com o pai.

Dainelson Rosniel Alvorada, 4 anos, filho de Rosming, morreu ao lado da mãe, enquanto tentavam sair do local.

Com informações G1/Semcom

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