Beatriz Almeida e Sofia Rodrigues Gonçalves são as médicas que zombaram de criança ferida por raio em hospital de Maués
As duas receberam o registro do Conselho Federal de Medicina (CFM) no dia 5 de dezembro de 2022
Duas médicas foram exoneradas do Hospital Municipal Raimunda Francisca Dineli da Silva, em Maués, no interior do Amazonas, após a divulgação de um vídeo em que aparecem zombando dos gritos de uma criança que aguardava atendimento.
As médicas Beatriz Almeida e Sofia Rodrigues Gonçalves gravaram um vídeo na terça-feira (7) em que aparecem zombando dos gritos de uma criança que aguardava atendimento. Na gravação, Beatriz e Sofia aparecem durante o trabalho fazendo uma brincadeira com a situação de um paciente, que pode ser ouvido ao fundo gritando, aparentemente, desesperado ou com dor. Uma delas pergunta “é você quem vai suturar essa criança? ”. Em seguida, a outra responde “Isso mesmo, exorcizar essa criança”.
O vídeo foi publicado nas redes sociais pelas próprias médicas ainda na terça-feira, e ganhou repercussão no município.
As médicas são Beatriz Almeida e Sofia Rodrigues Gonçalves. Elas eram recém-contratadas para atuar no hospital de Maués.
As duas receberam o registro do Conselho Federal de Medicina (CFM) no dia 5 de dezembro de 2022. O documento é exigido para exercer a profissão.
De acordo com a Prefeitura de Maués, o paciente era uma criança, de 10 anos, que foi atendida após sofrer um ferimento causado por raio. Segundo a assessoria, o ferimento foi superficial. A criança, que mora em Maués, já foi liberada do hospital.
Por meio de nota, a Prefeitura de Maués informou que determinou a imediata exoneração das profissionais de saúde envolvidas no episódio, que foi considerado lamentável pela administração pública do município.
No comunicado, a prefeitura repudiou qualquer postura antiética e desumana dos profissionais de saúde.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (CRM/AM) informou, nesta quinta-feira (9), que vai apurar as reponsabilidades profissionais e éticas das médicas.
Ao g1, o CRM disse que determinou uma sindicância ex-officio, ou seja, por iniciativa própria.
Conforme a entidade, o processo de apuração vai seguir sob sigilo. “Informamos ainda que o Conselho de Medicina do Amazonas não compactua com este tipo de atitude e que trabalhamos diuturnamente em prol da ética e da boa medicina”, diz o conselho, em nota.
O conselho não informou se as médicas podem perder o registro profissional.
Até a última atualização, a reportagem do G1 não havia conseguido contato com as médicas.