Manaus

Amazonas na lista dos lugares mais violentos para pessoas Trans

Manuela Otto,trans assassinada em fevereiro deste ano em Manaus /Reprodução Web

O Pará é o estado mais violento para a população trans na Região Norte do país, segundo levantamento da Rede Nacional de Pessoas Trans – Brasil (Rede Trans). O estado lidera os índices de morte de pessoas trans na região em 2022, com seis casos contabilizados.

Em números absolutos, São Paulo foi o estado que mais matou a população trans em 2021, com 25 assassinatos, se mantendo no topo do ranking pelo terceiro ano consecutivo; seguido da Bahia, que saiu da terceira posição para a segunda, com 13 casos; Rio de Janeiro em terceiro, que aumentou de 10 casos em 2020 para 12 em 2021, e o Ceará teve 11 assassinatos ficando na quarta posição; Pernambuco em quinto com 11 casos, subindo duas posições em relação ao ano anterior quando teve 7 casos. Minas Gerais com 9 assassinatos; Goiás e Paraná com 7, e o Pará com 6 notificações; Amazonas, Maranhão e Rio

Grande do Sul com 4 casos cada; Espirito Santo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso com 3casos; Alagoas, Amapá, Paraíba, Piauí e o Distrito Federal com 2 casos cada; e o Acre, Rio Grande do Norte, Rondônia e Sergipe com 1. Não foram encontrados casos reportados em Roraima e Tocantins.

No Pará, os casos foram registrados nos municípios de Canaã dos Carajás, Parauapebas e Tucuruí, no sudeste paraense, e Castanhal, nordeste estadual.

Em Manaus não existe unidade policial específica para esses crimes e os casos são investigados pela Delegacia Especializada em Ordem Política e Social (Deops).

Ainda que a reportagem do jornal A Crítica tenha procurado a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), em 22/01/2023, o órgão não informou os dados estatístico sobre homicídios de transsexuais e travestis em Manaus.

Uma dessas vítimas de transfeminicídio foi a atriz e ativista social Manuella Otto, morta aos 25 anos no dia 13 de fevereiro de 2021, dentro de um quarto de motel, localizado no bairro Monte das Oliveiras, zona Norte de Manaus, com tiros pelas costas. O principal suspeito é o ex-cabo da polícia militar do Amazonas, Jeremias da Costa Silva, 28 anos.

O ambulatório de Diversidade Sexual e Gêneros da Policlínica Codajás, idealizado pela Universidade Estadual do Amazonas (UEA), movimentos sociais e SES-AM, tem 600 clientes LGBTQIAP+ cadastrados e que realizam atendimento e acompanhamento com multiprofissionais.

Conforme apuração de A Crítica, desde a inauguração, em 2017, 693 pessoas já foram atendidas, sendo 340 homens trans, 329 mulheres trans e 14 não binários. O ano de 2022 teve um crescimento de 119% no número de atendimentos em relação ao ano anterior, com 211 pessoas atendidas. Os dados são da Secretaria Estadual de Saude do Amazonas (SES-AM).

Os dados aos quais se destacam na reportagem fazem parte do “Dossiê: Registro Nacional de Assassinatos e Violações de Direitos Humanos das Pessoas Trans no Brasil em 2022”, que será divulgado no próximo domingo (29), Dia Nacional da Visibilidade Trans. O trabalho chega à sétima edição em 2023, demonstrando que o Brasil continua a liderar a lista de assassinatos pelo décimo quarto ano seguido, com 100 registros.

Para acompanhar os dados da pesquisa é só cessar o link abaixo

https://antrabrasil.files.wordpress.com/2022/01/dossieantra2022-web.pdf

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