Nas Entrelinhas

Lula propõe COP 30 no Pará ou Amazonas em 2025

“Eu acho muito importante que seja na Amazônia, que as pessoas conheçam de perto o que é aquela região”, disse Lula, sobre a COP 30

O presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva, reafirmou que pretende conversar com o secretário geral da ONU para pedir para que a COP de 2025 seja feito no Brasil, preferencialmente, na região amazônica. “E na Amazônia tem dois estados aptos para receber qualquer conferência internacional que é o estado do Amazonas e o Pará”, observou. “Aí vocês vão ter que discutir entre vocês quem tem mais a oferecer do ponto de vista de infraestrutura para receber as milhares de pessoas que vão se dirigir ao estado”, brincou Lula, ao lado do governador do Pará, Helder Barbalho.

Enquanto isso, Wilson Lima, governador do Amazonas, não foi a COP27 e ainda não se divulgou os reais motivos, o Pará, através de seu governador Helder Barbalho, fica bem na foto com Lula e demais governadores da região, para quem sabe ser um forte candidato a sediar o evento.

Os governos do Acre, do Amazonas e de Rondônia, participam da COP27 em busca de recursos internacionais.Especialistas na área estão procurando entender qual argumento poderia ser usado por estes governos para demandar recursos internacionais atrelados à redução das emissões de carbono. Talvez, dizem, que só por um milagre convencerão a plateia da COP da honestidade de promessas de redução da destruição ambiental, já que nos últimos quatro anos defenderam o desmantelamento do aparato estatal de comando e controle, a flexibilização do licenciamento ambiental e as políticas antiambientais do atual governo federal.

Para pegar o raciocínio da ClimaInfo,o resultado ambiental destes governos foi bem retratado por Vinicius Sassine no jornal A Folha de São Paulo: “No Acre, a devastação foi de 2.259 km2 de 2019 a 2021, mais do que o dobro do que o registrado nos três anos anteriores (…) Em Rondônia, em três anos, foram 4.358 km2, um aumento de 18%. E no Amazonas, especialmente no sul do estado, o desmate foi de 5.140 km2 em três anos, aumento de 67,7%. ”

No entanto, o Secretário de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, que está participando da COP 27disse que juntamente com os governos da Amazônia, por meio do consorcio da Amazônia legal, o Amazonas fará uma série de lançamentos, como o sistema de Redd+, que é uma compensação com créditos de carbono, visando estabelecer um mercado de carbono em nosso estado. Há uma expectativa de também ser apresentado o novo formato do pagamento de serviços ambientais, o chamado de ‘guardiões da floresta’, que beneficia cerca de 15 mil pessoas nas unidades de conservação”, relata o secretário da Sema.

A comitiva do Amazonas irá assinar o memorando de entendimento com a iniciativa LIFE, que congrega empresas como a Amazon e até mesmo a União Europeia (UE), visando um novo padrão de créditos de carbono.E  reuniões bilaterais com financiadores do “Fundo Amazônia” como Alemanha e Noruega, bem como encontros com representantes de França e Reino Unido, visando novos financiamentos.  

“Com França e Reino Unido, estaremos estabelecendo essa negociação agora, já que eles não têm nenhuma ação com o governo do Estado na área ambiental, pelo menos até este momento. Então agora, a gente tem essa abertura”, comenta Taveira.

Além de um encontro com representantes do Banco Mundial, no cronograma estabelecido pela delegação amazonense, haverá um encontro e apresentação em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente sobre os resultados do programa “Paisagens Sustentáveis na Amazônia”.

A delegação está no balneário de Sharm El-Sheihk, no Egito, e permanece no local até o último dia do evento, que vai até o dia 18 de novembro.

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