Nas Entrelinhas

Lamparinas na Ilha de Marajó estão com os dias contados

Opeerários da empresa CGB carregam materiais para embarcação menores para lugarejos na Ilha do Marajó)Foto lalo de Almeida/Folhapres)

O jornal a Folha de São Paulo publica  uma série de reportagens sobre energia nos lugares mais remotos do Brasil, que ainda se utilizam da velha luz de lamparina(pequena lâmpada que fornece luz de pouca intensidade, composta de um reservatório para líquido combustível(querosene) no qual se mergulha um pavio que traspassa uma pequena rodela de madeira e se acende na outra extremidade. Segundo a reportagem do dia 02/O9, Brasil ainda tem 1 milhão de pessoas desconectadas da rede de transmissão de energia elétrica. Para esse grupo, o governo federal lançou o Mais Luz para a Amazônia, programa que busca atender moradores de áreas isoladas nos estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins).

A geração precisa ser de fontes limpas – solar, eólica, hídrica ou biomassa. No entanto, é a fotovoltaica a que mais avança. O trabalho de implantação dos módulos de geração de energia cabe à distribuidora local.

A Folha desta que dentro do programa, a Equatorial Pará tem a meta mais ambiciosa: atender 154 mil em todo o estado. No arquipélago do Marajó, o seu desafio é dobrado. A população local é essencialmente ribeirinha. Assim, além de superar a dispersão geográfica das pessoas em grandes áreas, um desafio comum em toda a Amazônia Legal, o trabalho demanda ainda percorrer longas distâncias fluviais.

Apesar de haver vilas e algumas cidades, o normal na região é encontrar uma casinha aqui e outra ali, na beira de rios, riachos e córregos espalhados.

No Marajó, inicialmente, estavam previstos 9.000 sistemas, sendo que 7.000 já foram instalados. Mas novas negociações ampliaram o compromisso para a instalação de um total de 25,4 mil sistemas em Breves, Portel, Oeiras do Pará, Curralinho, Melgaço e Bagre.

Os seis municípios somam 53,6 mil km2, uma área equivalente ao estado do Rio Grande do Norte, que precisa ser percorrida de barco.

A CGB Engenharia, de Pernambuco, prestadora de serviço responsável pela instalação, criou uma força-tarefa flutuante com cerca de 200 trabalhadores embarcados.

Na linha de frente, seguem uma balsa, dois barcos, com alojamentos e refeitórios, e mais 20 lanchas. Esse grupo reúne os 120 profissionais responsáveis pelas estruturas metálicas que sustentam os equipamentos fotovoltaicos ao lado de cada casa. A balsa é uma mini-indústria, com estoques e linha de montagem.

Alguns quilômetros atrás, segue uma segunda balsa, que transporta as placas, as baterias e os demais insumos eletroeletrônicos, além de outro conjunto com 12 lanchas. Essa equipe, com 95 funcionários, é responsável pela parte elétrica do sistema, inclusive instalar toda a fiação na casa do consumidor.

Estão previstos alguns sistemas maiores, em escolas, por exemplo. Porém, a maior parte do trabalho é dedicada à montagem do chamado Sigfi (Sistema Individual de Geração de Energia Elétrica com Fonte Intermitente). Esse kit conta com placa fotovoltaica, inversor e baterias para armazenar a energia que será usada à noite.

Os módulos têm capacidade de 50 kWh (kilowatts-hora), o que permite ligar, por exemplo, três lâmpadas, uma TV, uma antena parabólica, uma geladeira e um ventilador.

Os ribeirinhos de Marajó estão entre as comunidades mais pobres do país. Os 17 municípios do arquipélago estão entre os que apresentam os piores indicadores socioeconômicos, sendo que Melgaço tem o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil. O indicador está na faixa de 0,4, o mesmo de países como a Etiópia, na África, numa escala em que 1 é o topo do ranking.

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/09/energia-solar-aposenta-no-seculo-21-lamparinas-na-ilha-de-marajo.shtml

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