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Arcebispo de Manaus Dom Leonardo é empossado pelo papa Francisco como Cardeal no Vaticano

Dom Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus é primeiro cardeal da região amazônica

O Arcebispo de Manaus Dom Leonardo Steiner foi nomeado neste sábado (27), pelo papa Francisco como cardeal da Igreja Católica em um consistório que oficializou a posse de 20 novos religiosos, ao todo. A cerimônia ocorreu na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Em cerimônia neste sábado (27/8), o papa Francisco recebeu a posse de 20 novos cardeais, incluindo dois brasileiros, um do Amazonas e outro do Distrito Federal. Dom Leonardo Steiner é considerado o primeiro “cardeal da Amazônia”. Segundo ele, a escolha por seu nome sinaliza que o papa Francisco está preocupado com a floresta e deseja aproximar a Igreja Católica da região.

Sua nomeação desbancou o titular da Arquidiocese de Belém, a mais antiga e tradicional no Norte brasileiro. As novas posses acontecem em meio a especulações, em especial sobre a saúde do pontífice de 85 anos, que enfrenta as dificuldades a idade e sofre com dores no joelho direito que o obrigam a usar uma cadeira de rodas.

Há alguns meses, Francisco falou abertamente sobre a possibilidade de renúncia, no entanto descartou que ela acontecerá por agora. A posse dos 20 nomes prepara terreno para o futuro da Igreja Católica. 16 dos 20 empossados tem menos de 80 anos e por isso possuem direito a voto no conclave para a eleição de seu sucessor.

A cerimônia ocorreu às 16h (11h no horário de Brasília) com a presença de religiosos de todo o mundo. Eles foram convocados para uma reunião paralela e inédita de dois dias, que ainda vão acontecer na segunda-feira (29/8) e terça-feira (30/8)

Com a posse dos novos cardeais, Francisco inclui na lista de possíveis sucessores religiosos sensíveis aos problemas sociais, procedentes de regiões distantes, onde a Igreja é minoritária ou está em crescimento.

Quatro cardeais latino-americanos estão entre os escolhidos: Os dois brasileiros Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus e primeiro cardeal da região amazônica, e Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, o paraguaio Adalberto Martínez Flores, arcebispo de Assunção e o colombiano Jorge Enrique Jiménez Carvajal, que tem mais de 80 anos e não poderá participar em uma eleição do futuro pontífice.

Os novos cardeais “representam a Igreja de hoje, com uma forte presença do hemisfério sul, onde vivem 80% dos católicos”, destacou o vaticanista Bernard Lecomte.

Ao final de seu oitavo consistório, quase um para cada ano de papado, já que em março de 2023 completará 10 anos à frente da Igreja, Francisco será responsável pela designação de 83 cardeais do total atual de 132 eleitores, quase dois terços do grupo. Vale lembrar que para a eleição de um papa é preciso a maioria de dois terços.

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