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Mulheres são maioria entre servidores e chefias no Implurb, dando toque feminino ao urbanismo

Criado há 18 anos, substituindo a antiga Empresa Municipal de Urbanização (Urbam), o Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), da Prefeitura de Manaus, é uma autarquia de caráter técnico, responsável pela definição das diretrizes do crescimento da cidade, sua ordenação e ocupação do solo, o uso dos espaços públicos e do controle da legislação em vigor, como o Plano Diretor de Manaus.

Eminentemente técnico, o órgão tem foco no bem estar coletivo e na urbanidade. E o olhar feminino é preponderante no Implurb, que conta com 166 servidoras nos mais diversos postos, cargos e funções, o que representa uma maioria de 56,8%. Com 34 chefias, desde a presidência até as gerências, o instituto também tem a maioria delas ocupando o comando, 18 mulheres, o que significa quase 53%.

Uma delas é a arquiteta e urbanista Jeane da Rocha, diretora de Operações do órgão, que está na casa há 20 anos, desde a extinta Urbam, sempre na área técnica de licenciamento e controle de obras.

“É um trabalho que exige muita responsabilidade e esforço, para que as respostas sejam as mais corretas possíveis e em tempo hábil. Todo esse trabalho não seria possível sem a contribuição de uma grande equipe, que conta com a maior parte dela por servidoras mães, esposas, filhas, que conseguem vencer o dia a dia dividindo seu tempo”, diz.

Urbanista

Como urbanista, Jeane da Rocha vê a cidade de Manaus pronta para crescer e amadurecer, principalmente quanto às questões de mobilidade e nos espaços públicos, começando com o olhar bem simples, que é a porta de saída da nossa casa. “Você se depara com situações nas quais sempre se escuta ‘a calçada da minha casa’, ‘a calçada da minha porta’. As calçadas não são nossas, são públicas. Estão para servir não só a gente, mas a população como um todo. Esse trabalho no Implurb nos faz ter a oportunidade de ver as mais diversas situações possíveis, sendo uma grande escola. Neste dia especial, parabenizo todas as mulheres”, afirmou a diretora.

Maria Aparecida Froz, conhecida como Cidinha, é chefe da Divisão de Controle (Dicon), atendendo numa área nevrálgica do instituto, que é a fiscalização de obras e posturas. Arquiteta e urbanista, especialista em Direito e Política Ambiental e Urbanismo, tem 29 anos de casa. Este ano ela completará três décadas de serviço público.

“Sou super feliz como mulher e com meu trabalho. Aproveitei cada oportunidade, com dedicação, para crescimento, e tenho a certeza de poder contribuir com as requalificações urbanas em Manaus. Ser mulher é fazer o diferencial e a cada ação recebida diariamente no Implurb sei que estamos fazendo o melhor para a vida de todos, o que é maravilhoso”, falou, Cidinha.

A chefe da Dicon diz ser ainda mais especial sua missão por representar a classe feminina numa área que ainda tem maioria masculina. “Sou servidora pública e busco servir com sabedoria, profissionalismo e com amor. Quando a cidade cresce de forma ordenada, há toda uma diferença, e esse é o legado que buscamos, o exemplo. Não tenho palavras para descrever a minha realização. Posso dizer que dentro de cada uma de nós há uma grande profissional e em tudo que fazemos, em todos os campos da vida. E em todos os dias”, disse.

Gestão

Para o diretor-presidente do Implurb, engenheiro Carlos Valente, uma das características do planejamento urbano e da gestão de uma cidade é ter a sensibilidade para os sistemas, gestão e dinâmicas de crescimento de uma capital como Manaus. Tentar antever os problemas concretizados é ter uma visão sistêmica para buscar soluções.

“Nesta gestão do prefeito David Almeida, o Implurb está muito bem equipado. Conta com 18 chefias coordenadas por mulheres, arquitetas, engenheiras, técnicas, profissionais de contabilidade, da área administrativa, no gabinete, na fiscalização. Isso permite e proporciona ao órgão uma amplitude da visão na solução de problemas que a gente estuda com muita eficiência e sensibilidade”, completou.

Nesta data simbólica, Carlos Valente agradece ao ensinamento, dedicação e pela mente aberta das mulheres. “Em nome do prefeito David Almeida, quero dizer às nossas colaboradoras, técnicas, servidoras, da pessoa mais simples, que cuida da limpeza, até a chefe de gabinete passando pela diretora de Operações e pela chefe da fiscalização, que é fundamental que numa equipe técnica tenhamos essa composição entre homens e mulheres, dessa diversidade, com reflexo e impacto no espaço construído”, ponderou. 

A visão feminina, por natureza, permite conexão entre diferentes atividades e os espaços, conectando pessoas e lugares, com maior flexibilidade e conceito comunitário.

No Amazonas

No Amazonas, segundo dados do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), são 1.063 arquitetas e urbanistas, contra 690 homens, o que confirma, como no Implurb, a participação feminina na profissão como crescente. Os espaços urbanos e no planejamento urbano representam historicamente visões e olhares sobre problemas coletivos e muitos globais, que refletem diretamente nas necessidades da maioria da população. E as mulheres agregam valor com facilidade de compartilhar e ter uma gestão mais horizontal, tendo como maior objetivo a comunidade como um todo.

Com a ajuda do sexo feminino, o Implurb ganha poder para o desafio de executar resiliência em projetos para o uso coletivo, com sustentabilidade e funcionalidade, ao mesmo tempo que atua no controle e gestão urbana. E tudo com o apoio delas.

Planejamento

O planejamento urbano é conceito antigo, mas uma necessidade evidente numa cidade que cresceu mais do que o poder público era capaz de acompanhar. A solução dos problemas resultantes do crescimento desordenado e extremamente acelerado dependem de iniciativas ousadas. Exemplo da criação do novo Plano Diretor Urbano que levou 20 anos para ser adequado às necessidades da metrópole da Amazônia.

No Plano Diretor, a criação das regras que definem os rumos de crescimento da Manaus do século 21 não só passou por técnicos especializados das áreas de arquitetura e urbanismo e da consultoria do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), como, primordialmente, passou por uma ampla discussão com a sociedade.

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