Marta não descarta jogar Copa de 2027, mas prioriza vida pessoal: ‘Vou ter meu filho’
Aos 38 anos, jogadora disputa a Copa América com a seleção brasileira, apesar de já ter anunciado aposentadoria

No Equador para a disputa da Copa América com a seleção brasileira, que busca o nono título, Marta falou em entrevista sobre os planos para o futuro. Um deles é o de formar uma família com a noiva Carrie Lawrence, que foi sua companheira de time no Orlando Pride antes de se aposentar, no ano passado. E a decisão poderá afetar a longevidade da carreira da jogadora de 38 anos.
No ano passado, após o vice-campeonato nas Olimpíadas de Paris-2024, Marta havia reafirmado que não vestiria mais o uniforme da seleção brasileira. Mas a boa fase da equipe, aliada à proximidade com a próxima Copa do Mundo, que tem o Brasil como país-sede, fez a jogadora repensar a decisão. Neste momento, ela conta que ainda não sabe se participará do torneio.
— Eu já disse em outras entrevistas que eu não penso em jogar a Copa do Mundo. Está perto, mas não está. Estou vivendo o momento agora, estou na seleção hoje porque eu estou bem no momento. Não me cobre estar bem amanhã ou depois de amanhã, ou em 2027 para uma Copa do Mundo. Até porque eu não sei o que pode acontecer. Hoje eu estou aqui e amanhã eu posso acordar e falar assim, ó, deu pra mim. Vou me dedicar, vou ter meu filho, vou ter minha família, que é um sonho que eu tenho ainda — desabafou.
Com contrato com o Orlando Pride até o final de 2026, Marta deixou “em aberto” a possibilidade de uma volta ao futebol brasileiro no final da carreira.
— Não sei se eu vou ter tempo para isso, é uma coisa que eu vou deixar em aberto. Tenho mais um ano de contrato lá em Orlando, mas pode ser que eu não sinta mais essa mesma energia que eu tenho agora. Acordar às seis horas para estar no treino, no clube, exige muito de você. A minha vida inteira foi me dedicar ao futebol. Então chega um momento que a gente tem que desacelerar um pouquinho. E pensar mais em outras prioridades — ponderou.
Marta está em sua quarta participação na Copa América, 22 anos depois da primeira e com três títulos na conta (2003, 2010 e 2018). Aos 38 anos, ela tem o dobro da idade das atletas mais novas da seleção, as atacantes Jhonson e Dudinha, e considera um “privilégio” dividir o campo com a nova geração.
— Jogar com elas é um privilégio, depois de tantos anos me dedicando ao futebol e ainda pode estar usufruindo dessa geração como atleta. Em segundo lugar, é um desafio constante, obviamente as mais novas correm muito em campo e me fazem correr também. Tenho que estar concentrada, sabendo que, não importa a idade, você tem que mostrar serviço, uma coisa que é muito diferente do futebol masculino. Aqui ninguém corre pela Marta, todas correm por todas. Acho isso muito legal porque me impõe esse desafio, mental e físico. Hoje o futebol feminino está muito rápido, tem muita transição, muito esforço físico, e você não pode deixar o tempo passar — pontua.
Marta e a noiva, Carrie, se conheceram no Orlando Pride, onde jogaram juntas por três temporadas. Em 2022, a brasileira tornou público o relacionamento com a então companheira de elenco, depois do término do noivado com Toni Deion, jogadora da mesma equipe. As duas já compraram uma casa juntas, em Orlando, e ficaram noivas em 2024. Também no ano passado, Carrie anunciou a aposentadoria dos gramados aos 27 anos, e iniciou uma carreira como diretora de recrutamento de jovens atletas.