Médicos de Lábrea são demitidos do Hospital, e agrava o atendimento na saúde do município
A saúde pública do município de Lábrea enfrenta problemas, com relatos de atrasos de pagamento de salários dos profissionais da saúde, no atendimento médico e dificuldades estruturais no Hospital Regional de Lábrea (HRL)
Uma semana após paralisarem parte dos atendimentos devido atraso salarial, dez médicos foram demitidos do Hospital Regional de Lábrea, localizado no interior do Amazonas.
A paralisação durou quatro dias. Durante esse período, os médicos decidiram manter apenas os serviços de urgência e emergência, enquanto os atendimentos não urgentes foram direcionados para as Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Os profissionais receberam um comunicado informando o encerramento dos contratos pela empresa responsável pela gestão do hospital. A rescisão contratual afetou dois cirurgiões, uma anestesista, uma pediatra, um ecografista e cinco clínicos gerais.
Além disso, os profissionais relataram que o cancelamento dos contratos ocorreu antes do prazo estipulado, e que foram dispensados sem o pagamento referente aos meses de setembro e outubro, além dos 21 dias trabalhados em novembro.
Segundo informações compartilhadas, o hospital estaria sem médicos desde que a empresa responsável pela gestão da unidade, OS Positiva, suspendeu o contrato com a cooperativa de saúde SERMECI. A decisão teria sido motivada por atrasos de pagamento, que já somam três meses.
A crise não é recente. Em 12 de novembro, os médicos do HRL realizaram uma paralisação parcial, mantendo apenas serviços de urgência e emergência, em protesto contra os atrasos salariais. Na época, pacientes classificados com maior gravidade continuaram a ser atendidos, enquanto os casos menos urgentes foram redirecionados para Unidades Básicas de Saúde.
O HRL já enfrentava desafios administrativos e financeiros. Após disputas judiciais, o Governo do Amazonas foi obrigado a assumir a gestão do hospital por determinação do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desde então, moradores relatam agravamento das dificuldades no atendimento.